Este mês de agosto será sem dúvidas – e obrigatoriamente – o mês decisivo para as articulações das alianças partidárias visando a eleição de 2020, quando serão eleitos prefeitos, vices e vereadores em 5.568 municípios do Brasil, que segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), possui 204.450.649 habitantes. Mesmo que algumas siglas deverão adiar a decisão para o prazo final, ou seja mais 15 dias.
Segundo o novo calendário eleitoral, entre os dias 31 de agosto a 16 de setembro serão realizadas as convenções partidárias e a definição das coligações. Dia 26 de setembro é o prazo para registro das candidaturas.
A pandemia do novo coronavírus tem preocupado a maioria dos pré-candidatos à eleição deste ano, seja para o cargo de prefeito, vice ou vereador, entretanto, os prazos precisam ser cumpridos e os dirigentes continuam mantendo as respectivas articulações, sendo que a grande maioria segue as orientações básicas de uso da máscara e distanciamento social.
O portal de A Gazeta veiculou matéria nesta sexta-feira, 31, relacionando os nomes dos prováveis pré-candidatos a prefeito nos 78 municípios do Espírito Santo. Segundo o jornal online, a tendência é que nem todos os nomes citados vão “vingar” e aparecer nas urnas. Alguns nomes da região não foram mencionados na reportagem.
Como já publicamos na OR7 News, em Boa Esperança nove siglas são cotadas para participação da eleição: PP, PSB, PT, PDT, MDB, DEM, Republicanos e Solidariedade. O Cidadania também poderá compor a chapa majoritária, todavia, da mesma forma que o DEM, não terá chapa proporcional, ou seja, candidatos a vereador.
Na terra do ouro verde, mesmo tendo vários nomes “colocados” como prefeitáveis, tudo indica que a disputa em 15 novembro deste ano, será entre três candidatos a prefeito, podendo ser reduzido em apenas dois, segundo previsões de experientes políticos, que avaliam diariamente as movimentações dos bastidores.
O atual prefeito Lauro Vieira (PP) deu uma acelerada nos últimos dias com ordens de serviços, anúncios de conclusão de obras e aparições constantes em redes sociais. Ele tem conversado com lideranças de outros partidos, buscando a formação de uma aliança, certamente igual ou parecida com a que culminou na sua eleição em 2016. Inclusive conversou com Romualdo Milanese recentemente.
Ele está filiado ao PP, partido liderado no Estado pelo ex-deputado federal Marcus Vicente, e que compõe a base do governador Renato Casagrande (PSB), e ocupa a secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, (Sedurb), dando mostras de uma boa relação com o Governo do Estado.
O ex-prefeito Romualdo Milanese (Solidariedade) ainda faz mistério, mas deverá adiantar o anúncio da sua pré-candidatura na primeira quinzena deste mês. Ele também trabalha para formatar um grupo com várias siglas. Informações extraoficiais dão conta que o PRB, PSB e PT já estariam alinhados ao Solidariedade, muito embora o PSB tenha como pré-candidato a prefeito o ex-vereador e ex-secretário Rogério Vieira, e o PT lançou nas redes sociais o nome do ex-secretário Everaldo Lourenço como prefeitável do partido.
Outra informação que também não é segredo, mas que não tem confirmação oficial, é que Rogério Vieira estaria “firmado” para a vice de Romualdo, caso a aliança seja consolidada com o apoio das lideranças envolvidas no processo.
O novato Cláudio Rodrigues (DEM) lançou a sua pré-candidatura nas redes sociais com o slogan “Que tal um nome novo?”, com o ponto de interrogação, certamente com a intenção de perguntar a opinião dos moradores.
Além dos três nomes com maior chance de confirmar a candidatura após o registro oficial, aparecem os nomes dos vereadores Josil Sangiorgio (PDT) e Jocemar Xavier (MDB), do ex-vereador Charles Faria (Cidadania), além de Rogério Vieira (PSB) e Everaldo Lourenço (PT), já mencionados.
Charles vinha dizendo que não disputaria a eleição, mas veiculou matéria em portal de notícias da região, passando a intenção de que pretende disputar a eleição. Por outro lado, não é segredo que há uma “inclinação” dele em “fechar apoio” à candidatura de Romualdo, inclusive ele veiculou em sua rede social uma foto recente na residência do ex-prefeito, com ele, a irmã e o deputado federal Da Vitória.
Como publicado aqui na OR7 News, o MDB é um dos partidos mais visado na eleição em todo país, por sua história e pelo fato de ser o terceiro com direito a maior parcela dos recursos públicos para a campanha. O PT é sem dúvida, um dos mais cobiçados.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou no dia 17-07, a tabela atualizada com a divisão dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) destinado aos partidos.
O total de recursos que será dividido entre os 33 partidos é de R$ 2.034.954.823,96. O PT receberá mais de R$ 201 milhões, seguido pelo PSL, com cerca de R$ 199 milhões, e pelo MDB, com mais de R$ 148 milhões. Os referidos recursos serão distribuídos por cada partido em todo o Brasil.
Confira a tabela oficial do TSE com os respectivos valores
Afirmamos em outra matéria que há uma possibilidade de ocorrer uma divisão de ideias e rumos do MDB nas convenções. Isto porque, o presidente da sigla, Jocemar Xavier tem afirmado a sua pré-candidatura a prefeito; uma outra opção ventilada nos bastidores, é que ele estaria cotado para a vice de Cláudio Rodrigues; sem levar em consideração as influências que outras lideranças exercem naturalmente dentro do partido, e que poderia, por força do voto dos filiados levar a sigla para outra coligação, contrariando os planos de Xavier. Pode ser também que haja um consenso e o partido segue unido com um determinado projeto político.
Pela sua manifestação sobre a matéria anterior, o presidente Xavier não concorda com essa visão, e mostra-se firme na condução das articulações do MDB.
Essa situação que é normal dentro dos partidos, onde os filiados escolhem por meio do voto nas convenções, as coligações e outras definições. Pelo menos até então não são percebidas em outras siglas de Boa Esperança, pelo fato de que, nas outras o presidente comanda sozinho o partido ou em outros casos, um grupo de três a cinco pessoas coordenam seguindo a visão e projeto unificado com o principal líder.
A lógica nos orienta que o posicionamento do atual vice-prefeito Valdirim e liderança antiga do MDB poderá “nortear” o caminho em que o partido seguirá. Ele tem afirmado que não pretende disputar a eleição deste ano, no entanto, como a política está em seu sangue, mesmo se de fato não disputar, vai buscar obviamente uma articulação favorável à manutenção da sigla na política.
Por Antônio Carlos da Silva