Por André Aquino
O verão vem por aí! E com ele a maior incidência de raios solares por períodos prolongados. Nessa estação, a maioria dos brasileiros protege a pele, mas só 45% protegem os olhos, segundo pesquisas. Por isso, uma boa medida é procurar serviço especializado para tratar bem os olhos
E boa parte dos que se preocupam com a saúde dos olhos cometem erros que podem levar a sérios prejuízos. Atraídas pelo preço na hora de comprar óculos escuros, muitas pessoas optam por comprar modelos vendidos sem a comprovação de origem e fabricados de maneira irregular, sem os cuidados exigidos pela lei. São os famosos “óculos de camelô”.

Essa prática pode caracterizar o famoso “barato que sai caro”! Os produtos falsificados podem ocasionar problemas oculares sérios a quem faz uso desses produtos. Além disso, muitos dos que protegem os olhos podem estar usando óculos vencidos. Testes comprovam que o filtro Ultravioleta – UV nas lentes sofre desgaste com o tempo.
O Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, realizou recentemente testes com lentes sem procedência, encontradas em camelô. O levantamento apontou que esses óculos não apresentam proteção de 100% do UV.
Consequências
O empresário do ramo ótico, Rodrigo Pratti, proprietário da Centro Ótico de Boa Esperança, lembra que recente levantamento da Abióptica – Associação Brasileira da Indústria Óptica) mostrou que 4 em cada 10 pessoas optam por óculos de sol falsificados, que depois se arrependem quando o prejuízo aparece.
“São várias reclamações como desconforto na visão ao usar os óculos, dor de cabeça e tontura, armações desconfortáveis, material da armação que causa alergia e muito mais. O problema é que quando se pensa em economizar na compra dos óculos, essa economia será cobrada, pois, a saúde dos seus olhos não tem preço”, destaca Rodrigo Pratti.

Os olhos devem ser protegidos do sol durante o ano todo. Essa proteção deve ser redobrada durante o verão, pois, a radiação atinge altos índices. O especialista alerta que os problemas são agravados pelo uso de produtos de qualidade duvidosa.
“Todo mundo sabe ou deveria saber o mal que os óculos falsificados fazem. Por exempl, os óculos de sol que não protegem os seus olhos dos raios solares. Nós temos um sistema em nosso organismo que funciona com um mecanismo igual ao obturador das câmeras fotográficas. As pupilas quando expostas à luz se fecham, enquanto em ambientes escuros as pupilas se dilatam para que possa absorver o máximo de luz e, assim, ajudá-lo a enxergar melhor. Quando colocamos óculos de sol falsificados ou piratas, além das lentes dilatarem sua pupila, ele não protege os seus olhos”, explica Rodrigo lembrando que esses óculos não possuem uma camada de proteção que todos os óculos escuros são obrigados a ter para serem comercializados.

Doenças causadas pelo sol
As principais doenças causadas pela radiação UV (ultravioleta) não aparecem de imediato. O sol tem efeito cumulativo sobre os olhos. A falta de proteção ou o uso de uma lente escura sem filtro permitem que uma quantidade maior de radiação UV penetre no globo ocular, aumentando em até 60% o risco de contrair catarata.
A doença torna o cristalino do olho opaco. A diminuição da luz no globo ocular faz a pessoa enxergar tudo embaçado até a completa perda da visão caso não seja tratada. O único tratamento para catarata é a cirurgia que substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular.
Outras doenças oculares causadas pela exposição ao sol sem proteção são o pterígio e a degeneração na macula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes.
Muitas pessoas confundem pterígio com catarata. O pterígio, explica, é um espessamento leitoso da conjuntiva, membrana incolor que cobre a parte branca do globo ocular e a superfície interna das pálpebras.
A doença, explica, é uma reação de defesa contra o ressecamento provocado pela radiação UV. Surge no canto do olho e cresce em direção à córnea. É, portanto, uma alteração externa ao contrário da catarata que é interna.
No início o pterígio pode ser tratado com pomadas anti-inflamatórias. Mas quando começa atrapalhar a visão deve ser retirado através de uma intervenção cirúrgica ambulatorial.
Como escolher os óculos certo
Rodrigo Pratti aconselha as pessoas a valorizarem seu estilo próprio, mas, principalmente com segurança. O especialista dá algumas dicas para o leitor antes de escolher suas lentes escuras:
- Certifique-se de os óculos garantam proteção contra os raios UV (ultravioleta). Verifique se há um selo de proteção contra UVA e UVB. Por isso, fique atento ao local onde você compra os óculos. Os produtos têm que ter boa e confiável procedência de fabricação, com a certificação garantida;
- Verifique a “forma” dos óculos. A maior parte das pessoas pensa na estética quando escolhe a forma dos óculos. Olha-se no espelho e decide se aqueles óculos combinam ou não com o formato do próprio rosto;
- Escolha a cor das lentes mais apropriadas para você. Nem todas as cores de óculos escuros tem o mesmo efeito. Vamos entender:
– Marrom e âmbar: diminuem o brilho, dão maior noção de contraste e profundidade e por isso são indicadas para dias muito claros e verão intenso. Ideal para quem vai dirigir, principalmente na estrada.
– Verde: diminui a claridade e aumenta o contraste das cores. Por isso, estas lentes são indicadas para pessoas com mais de 60 anos, que naturalmente já perderam um pouco do contraste da visão.
– Amarela ou laranja: realçam a visão noturna. Por isso são indicadas para o final do dia, especialmente para quem vai dirigir nesta hora.
– Cinza: diminui o brilho, sem distorcer as cores. Indicada para o final do dia, já que não escurece demais.
– Púrpura: realça o contraste do azul e do verde e por isso é indicada para quem vai curtir a natureza em regiões de mata, floresta ou mar.